Como tudo começou

Em meados de 1945, as famílias de Aldora Ribeiro e Celestino Barra, então membros da Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro, tiveram a ideia de se reunir e formar um grupo no bairro de Botafogo, onde moravam. A criação da Igreja de Botafogo começou assim.

As reuniões aconteciam na sala do apartamento de Aldora, mãe de três filhos. Ruy, marido dela, não professava a fé adventista, mas mesmo assim providenciou bancos de madeira. A cada sábado, ele os arrumava antes de sair para trabalhar. Os móveis da sala dão lugar ao que é necessário para germinar uma pequena igreja, dirigida por Celestino Barra.

A solução foi alugar um sobrado na Rua Martins Ferreira, 88. A comunidade de fé chegou a cerca de 80 membros e ocupou o espaço ao longo de dois anos. O pastor Alfredo Torres é chamado para conduzir a igreja, tendo suporte do também pastor Horni Ribeiro, à época iniciante no ministério.

O crescimento da igreja seguiu o seu curso. Veio de novo o aperto. Celestino Barra, então, comprou, em 1953, uma casa na Rua Sorocaba. Além de uma igreja com cerca de 120 membros, ali passou a funcionar também uma Escola Adventista, oferecendo ensino fundamental para 60 crianças. A primeira professora foi Berenice Barra, filha de Celestino.

A pregação do evangelho avançou naquele local, impulsionada por séries de conferências realizadas nos anos seguintes. Ao fim da década de 1950, o cenário está propício para mais um passo relevante naquela região.

É hora de construir um lugar

A administração da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul decidiu erguer um centro evangelístico no Brasil. Em 1954, um terreno em Niterói chegou a ser comprado para isso, mas os planos mudaram. O Rio de Janeiro, ainda a capital do país, foi o escolhido. As buscas por mais de 50 terrenos culminam no bairro de Botafogo. O local que abrigaria o auditório e a sede da Voz da Profecia ficaria na Rua da Matriz, 16.

Mais um passo na criação da Igreja de Botafogo.

Lançamento da pedra fundamental do Auditório Guanabara, em 1960

O lançamento da pedra fundamental do chamado Auditório Guanabara foi feito em 27 de junho de 1960. O pastor Roberto Rabello, diretor e apresentador da Voz da Profecia, definiu o prédio como um “monumento ao evangelismo”.

“O prédio a ser construído terá linhas modernas e bonita aparência. A parte principal do edifício será o seu auditório, com capacidade para 1.100 pessoas. Uma rampa de suave declive dará acesso ao grande salão, que ficará no primeiro andar. Servirá esse auditório para um permanente programa de evangelismo”, escreveu Rabello, na edição de novembro de 1960 da Revista Adventista.

Tudo pronto

A obra seguiu seu curso nos dois anos seguintes. A igreja do bairro, que se reunia na Rua Sorocaba, já não cabia mais ali. Antes mesmo da obra do Auditório Guanabara ficar completa, o grupo passou a fazer os cultos no salão construído no térreo. Até que a inauguração oficial veio, em 21 de outubro de 1962.

Inauguração do Auditório Guanabara, em 1962, que passou a abrigar a Igreja Adventista de Botafogo

O pastor Rabello relatou que cerca de 2 mil pessoas estiveram no evento. Entre elas, o presidente da Divisão Sul-Americana, James J. Aitken, e o ex-presidente da República, Juscelino Kubitschek, à época senador. A música ficou por conta do quarteto Arautos do Rei, que tinha sido formado naquele mesmo ano.

Vários projetos foram desenvolvidos ao longo dos anos, com a missão de levar a Palavra ao maior número de pessoas possível. Para muito além dos arredores de Botafogo, justificando na prática a criação da Igreja de Botafogo.

Mais de seis décadas se passaram desde aquele dia. A mesma fé que motivou a construção do Auditório Guanabara é o que nos mantém firmes na pregação do evangelho e na esperança da volta de Jesus.

O futuro? Como escreveu Ellen White, “nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira como o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado”.

Igreja Adventista de Botafogo durante a comemoração dos 60 anos, em 2022

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